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4 de outubro de 2013

Desenganos


Mergulha meus lábios
Em teus olhos, sátiro, bárbaro,
Com perdão da palavra vulgar...
E te afoga uma lágrima sóbria
Embriagada de destrezas;

Na melhor das intenções
Aparas-te em um sofrimento
Tosco como a saudade
E abrupto quanto há um sentimento;

Eis que rola um suave gemer
A boca que reclama o coração...
Partiu de alguém que não sofreu
Ao carregar no colo as tuas dores...

Más eis que um desengano apareceu
E te salvou de um golpe certeiro
A desilusão de amar alguém
Consiste a te amar primeiro;

Não se doa um coração
A um homem ou uma mulher
A menos que estejas dentro dele.


Marcelo Zacarelli
Village, Dezembro de 2012 no dia 31

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